quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Sobre Educação

“Não haveria educação se o homem fosse um ser acabado. O homem pergunta-se: quem sou? De onde venho? Onde posso estar? O homem pode refletir sobre si mesmo e colocar-se num determinado momento, numa certa realidade: é um ser na busca constante de ser mais e, como pode fazer esta auto-reflexão, pode descobrir-se como um ser inacabado, que está em constante busca. Eis aqui a raiz da educação.”
Paulo Freire

domingo, 14 de novembro de 2010

Sonhos

É como se escapassem das mãos....meus sonhos! Não consigo torná-los reais. Sonhos ou vagos desejos?
Parece que tudo o que desejo está fora do meu alcance. Apenas desejos.
Vagos desejos pelos quais vageio! Desde menina tem sido assim.
Perdem-se, meus sonhos, na imensidão da vida.
Troco-os pelos afazeres do dia-a-dia.
Quero-os de volta! Não quero perder-me de mim!
Dívida da vida comigo ou eu em dívida com ela(a vida)?

terça-feira, 9 de novembro de 2010

UMA REVOLTA

Quando o amor é grande demais torna-se inútil: já não é mais aplicável, nem a pessoa amada tem a capacidade de receber tanto. Fico perplexa como uma criança ao notar que mesmo no amor tem-se que ter bom senso e senso de medida. Ah, a vida dos sentimentos é extremamente burguesa.
(Clarisse Lispector, em A Descoberta do Mundo)

Van Gogh

Se eu tivesse elevado a minha voz desde o começo em vez de me calar em todas as línguas do mundo... 

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Fernando Pessoa

Viajar? Para viajar basta existir. Vou de dia para dia, como de estação para estação, no comboio do meu corpo, ou do meu destino, debruçado sobre as ruas e as praças, sobre os gestos e os rostos, sempre iguais e sempre diferentes, como, afinal, as paisagens são.
(Livro do Desassossego)

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Simplicidade

Gosto muito de Rubem Alves, psicanalista, escritor, professor da Unicamp, entre ser ele mesmo. Encanta-me com suas palavras precisas e poéticas. Escreve com a alma a experiência vivida. Tudo ele expressa com poesia. Sábio e simples. Concerto para Corpo e Alma é um dos meus livros preferidos desse grande mestre.Transcrevo um trecho desse achado.
" No crepúsculo, quando a noite se aproxima, o vôo dos pássaros fica diferente. Em nada se parece com o vôo pela manhã. Já observaram o vôo das pombas ao fim do dia? Elas voam numa única direção. Voltam para casa, ninho. As aves, ao crepúsculo, são simples. Simplicidade é isso: quando o coração busca uma só coisa.[...]Na multiplicidade nos perdemos: ignoramos o nosso desejo. Movemo-nos fascinados pela sedução das dez mil coisas. [...] O caminho da multiplicidade é um caminho sem descanso Cada ponto de chegada é um ponto de partida. Cada reencontro e uma despedida. É um caminho onde não existe casa ou ninho. [...] O caminho da ciência e dos saberes é o caminho da multiplicidade. O mundo dos saberes é um mundo de somas sem fim. É um caminho sem descanso para a alma. Não há saber diante diante do qual o coração possa dizer:'Cheguei, finalmente, ao lar'. Saberes não são lar. São, na melhor das hipóteses, tijolos para se construir uma casa. Os tijoslos, eles mesmos, nada sabem sobre a casa. Os tijoslos pertencem à multiplicidade. A casa pertence à simplicidade: uma única coisa".

domingo, 24 de outubro de 2010

Coisinhas à toa que deixam a gente feliz

Passarinho na janela
pijama de flanela
brigadeiro na panela.
Gato andando no telhado
cheirinho de mato molhado
disco antigo sem chiado.
Pão quentinho de manhã
dropes de hortelã.
Tirar sorte no osso
jogar pedrinha no poço.
Papagaio que conversa
pisar em tapete persa
eu te amo e vice-versa.
Vaga-lume aceso na mão
dias quentes de verão
descer pelo corrimão.
Almoço de domingo
revoada de flamingo
heróis que fuma cachimbo.
Anãozinho de jardim
lacinho de cetim
terminar um livro assim.(Rubem Alves)